Ser uma Bruxa é ter a Força dos Céus e das Trevas A Luz do Sol O Brilho da Lua O Resplendor do Fogo A Presteza do Vento A Profundidade do Mar A Estabilidade da Terra e a Firmeza de uma Rocha.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

)O( RESOLUÇÕES DE UMA BRUXA )O(

Que eu seja como a que tece o pano na floresta, profundamente escondida.
Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.
que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.
Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios.
Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no céu luminoso.
Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos.
Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundância.
Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio. Que sejam inocentes e despretenciosos.
Que eu seja capaz de gratidão. Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno.
Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.
Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, como todo o dia e na antigüidade,erva forte da cozinha.
Que eu não me incline a autopiedade.
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa ou mariposa, enão perturbar o lugar mais que isso.
Que meu olhar seja direto e minha mão firme. Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da forma e do privilégio.
Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega a minha porta.
Que se percam na jornada labiríntica. Que eles voltem.
Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me percam.
Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo.
Que o lugar onde habito seja como uma floresta.
Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor.
Que minha existência mude o mundo nem mais nem menos do que o soprar do vento, ou o orgulhoso crescer das árvores.
Por isso, eu jogo fora a minha roupa.
Que eu possa conservar a fé, sempre! Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.
Que eu saiba que não tenho opção e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, com alegria e com a mor.
Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.
Quando falhar, que eu me conceda o perdão.
Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

Nenhum comentário:

 
©2007 '' Por Elke di Barros
Acessos: